O Brasil é um país de dimensões continentais e, como consequência disso, possui regiões que são totalmente diferentes das outras. Por conta disso, de região para região haverá diferenças climáticas, topográficas e culturais. Porém, algumas coisas são comuns em todas as regiões, nas fazendas leiteiras de norte a sul de nosso país é extremamente comum escutar discussões sobre qual é a melhor vaca, ou então qual a melhor raça, para se ter no curral.

Existem produtores que defendem que a vaca de leite ideal é aquela que se caracteriza por ser um animal forte, rústico e que suporta os desafios ambientais, como o clima e os carrapatos. Outros produtores defendem que o ideal é aquele animal com altíssima produção, mesmo que sofra um pouco mais com condições ambientais.

Mas, afinal, qual é a vaca de alta eficiência econômica? Bom, a resposta é: DEPENDE! Não é simples determinar qual é a vaca de maior eficiência econômica sem conhecer o sistema de produção que a propriedade trabalha. Nesse aspecto não existem verdades absolutas ou receita de bolo, tudo depende de como um animal com determinadas características vai responder ao sistema em que for submetido.

A decisão do tipo de animal ideal para uma propriedade depende de inúmeros fatores, como a disponibilidade de volumoso, relevo, clima, nível de tecnificação, sistema de produção e aspectos comerciais de cada região.

Para aqueles produtores que trabalham com sistemas menos intensivos ou então que os animais estão mais dispostos em condições ambientais desafiadoras, com toda certeza o vigor híbrido de um animal girolando pode fazer toda diferença para o sucesso daquele sistema.

Alguns outros que trabalham com o gado confinado e que as condições ambientais não oferecem grande desafio ao animal, provavelmente vão conseguir trabalhar com animais de raça holandesa ou então com maior grau de sangue holandês, pensando em suas altas médias de produção que são necessárias para pagar os custos fixos de um confinamento.

Existem alguns outros casos específicos, por exemplo, em alguns países como os Estados Unidos, a remuneração pode acontecer por quantidade de sólidos no leite e não por volume, portanto nesses casos alguns produtores optam pelo uso de vacas Jersey, que produzem leite com alto teor de gordura.

É complexo generalizar e determinar qual é o melhor animal para todos os sistemas, pois cada raça possui seus pontos fortes e pontos fracos e foram desenvolvidas em sistemas diferentes.

Ainda assim, existem alguns fatores que, independentemente da raça, vão determinar qual é a vaca de maior eficiência econômica. Todo produtor deseja em sua propriedade um rebanho de vacas que tenha muita saúde, que emprenhe com facilidade e de forma rápida, que produza bastante leite por toda lactação, que tenha alta resistência aos desafios do dia a dia (calor, ocorrência de mastite, carrapatos, etc.) e que permaneça no rebanho por bastante tempo.

O nível de produção de uma vaca está diretamente relacionado às condições que o ambiente proporciona a ela. Portanto, não basta ter uma genética extremamente apurada e não ter um sistema de produção que ofereça um ambiente ideal para que o animal expresse seu potencial.

Se tivermos como aliado um constante processo de melhoramento genético, é possível que cada vez mais tenhamos bezerras com as características que desejamos melhorar em nossas vacas. Isso porque poderemos selecionar o touro a ser utilizado com base em qualquer uma dessas características.

Independente da raça, a vaca de maior eficiência econômica para a sua propriedade, é aquela que consiga atingir todos os seus objetivos e expectativas com o sistema de produção que você pode proporcionar a elas. O que vai determinar a eficiência econômica de um animal não será exclusivamente a raça ou uma característica, mas sim a seleção prévia deste animal com as melhores características para o manejo e ambiente no qual ele será submetido.

 

Fonte: Arquivo Pessoal – Arantina/MG.

Fonte: Arquivo Pessoal – Freestall de Jerseys – Turlock/CA – EUA.